quarta-feira, 4 de março de 2009

próxima aula: 10-03-09

pontos que faltam:
4.
A questão da técnica em Martin Heidegger e Herbert Marcuse.
6. Frederic Jameson e a lógica do capitalismo tardio.
7. William Burroughs e a revolução electrónica.

outros pontos a debater:

8. Rizoma e cibercultura (intertextualidade, não-linearidade).
9. Memória imaterial. A comunidade que vem.

5 comentários:

  1. A conquista da ubiquidade de Paul Valéry, após a analise do texto, resta-me colocar a seguinte questão:Qual será a "figura" dum artista da web?

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  2. Indo de encontro à questão da colega Teresa Barros, lanço outra pergunta, no meu entender pertinente:
    Quais as aptidões inerentes à criação artística na Web?

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  3. Pois, são questões relevantes e sem respostas muito concretas. primeiro: existirá uma especificidade da expressão artística na web? e qual será? Um dos elementos mais importantes e definidores do meio, é o código. É através dele que se criam as páginas web, que podemos escrever, colocar um link, inteagir com os diversos elementos, etc. Um sistema dinâmico de elementos diversos em constante mutação. Penso que é aqui que reside a questão. Um meio que permite uma constante transformação, uma construção evolutiva, ou seja, que é capaz de alterar conteúdos, formas, leituras, etc. e de cada um de nós, em alguns casos, até poder contribuir adicionando nova informação (como estamos nós a fazer neste momento).
    A função do artista que trabalha com as ferramentas web, seria a de fazer frente a uma outra questão que acho essencial: a falta de tempo dos usuários para ver, atentamente, uma obra online; também, a necessidade de possuir um conjunto de ferramentas para poder visionar a obra (contando com um computador recente, potente, etc.), o que de si já coloca um limite com respeito ao espectador. O espectador neste caso terá de ter uma série de capacidades e de conhecimentos para poder ir mais além, para dar resposta a determinadas obras, não digo todas, como é óbvio, que têm outras exigências.

    A última frase do texto do Valery é interessante: «No sé si filósofo alguno ha soñado jamás una sociedad para la distribución de Realidad Sensible a domicilio.» Reflete uma outra questão: a fruição individual versus fruição colectiva do museu ou outro espaço físico. Tal como o cinema, que já se transformou em algo "consumível" na intimidade do lar, em vez de ser uma experiência colectiva, social.

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  4. Boa noite...
    Começo por manifestar alguma indecisão em meter-me numa "conversa" que me parece decorrente de aulas a que não assisti e cujo contexto oscila entre o privado e o público. Mesmo assim opto pela versão pública e deixo o meu comentário.

    Na minha opinião não existe um artista da web. Não existe uma especificidade da arte da rede, para a rede ou na rede. Apenas pode existir arte sem rede...

    Na contemporaneidade a arte tem o papel de "furador". Deve criar linhas de ruptura entre as forças mais arcaicas da carne, a grelha metamático-juridico-conceptual e o nível das imagens e dos desejos. Nas dobras destes 3 substratos joga-se a arte.

    A net.art (curiosamnete o nome forma-se num erro de leitura do código) não se pode limitar a manipular pacificamente os últimos brinquedos tecnológicos disponíveis. Deve sempre constituir-se como questionamento. A este respeito o trabalho da dupla jodi parece-me um excelente exemplo a par da obra de Heath Bunting. Em ambos os casos, a rede confronta-se com outras "espessuras" do real, sejam elas o erro, o acidente, o acaso... e não se limita ao jogo de espelhos de uma pseudo-interactividade.

    Peço desculpa pela colherada mas não resisti. Votos de bom trabalho... vou seguindo o blog com alguma atenção.
    HD

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  5. Helder, obrigado pelo teu comentário. Estando a utilizar a net como meio para discusão de conteúdos relacionados com a dita cibercultura, considero frutífero a participação de pessoas fora do contexto da disciplina, que possam dar pistas ao assunto. A ideia inicial era precisamente a de ir completando os conteúdos que não podemos aprofundar em aula, por razões de programa e de tempo.

    Os exemplos que sugeres são realmente importantes para perceber aquilo que poderia ser uma prática artística que trabalha com a especificidade da rede, exactamente porque envolve o uso de códigos e de formatos que nela, e só nela, fazem sentido. A dupla jodi também trabalhou off-line, por exemplo em formado CD-ROM, mas sempre com o intuito de transformar, de forma anárquica e simbólica, os códigos internos do computador, recorrendo à programação.

    O trabalho de jodi permite não só provocar "alterações" na linguagem do computador (no sentido também metafórico), ou da página web, mas também tenta, a meu ver, evidenciar a "desfuncionalidade" da máquina e do software. E a partir daí, colocar em jogo as noções (muitas vezes supérfluas e redutoras, temos de admitir) de acidente, erro, etc.

    Agora, quanto ao facto de existir ou não um "artista web" (a verdade é que existe, por exemplo, a designação "web designer"...), se calhar é uma questão de escolha. Acho que existem dois pontos essenciais:

    1. artistas, ou colectivos artísticos, que trabalham com a tal especificidade da rede (tendo em conta todas as limitações contidas no meio);
    2. artistas, ou colectivos artísticos, que utilizam a rede apenas como plataforma comunicativa, desde várias perspectivas: artística, conceptual ou ideológica (e esta última, desde muitas outras: tecnológica, política, etc.).

    O primeiro trabalha com os elementos próprios do meio: dando-lhes novos contornos, ou novas formas de visualização; questionando a rede como meio institucional; etc.

    O segundo usa a rede para a comunicação de factos de índole diversa; como forma de alerta social; ou nos casos mais neutros, apenas como uma via para dar a conhecer o trabalho de um artista (e agora muitos dos blogues cumprem essa função)
    ...

    enfim, o tema não é fácil... mas penso que a questão das linhas de ruptura é fundamental. Nesse sentido, concordo que a arte deve sempre colocar questões, mesmo de forma absolutamente retórica, como a que encontramos em toda a obra de Samuel Beckett. Pôr em evidencia os mecanismo burocráticos da sociedade, como fez Kafka, realçando a desorientação do indivíduo no meio de um sistema totalizador.

    A rede só poderá continuar a existir com a participação incondicional do indivíduo como indivíduo (mesmo sendo vários...). Nesse aspecto, faço referência a um filósofo de nome Alain Touraine, que diz de maneira peremptória, que a única resistência possível à globalização é através do sujeito. Já não é a classe contra a classe, mas o indivíduo contra o todo.

    ficam aqui algumas ideias, e agradeço a participação.
    VM

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